O cinema sempre soube que o corpo masculino tem um poder silencioso: ele comunica força, desejo, humor e até fragilidade. De tempos em tempos, certas cenas ficam gravadas na memória coletiva não apenas pelo que mostram, mas pelo que representam sobre masculinidade. De Arnold Schwarzenegger a Chris Hemsworth, a forma como o corpo do homem é exibido nas telas diz muito sobre o olhar de cada época.
A aparição de Arnold Schwarzenegger nu em “O Exterminador do Futuro” (1984) talvez seja uma das mais icônicas do cinema de ação. O ciborgue vindo do futuro surge totalmente despido, não como símbolo de vulnerabilidade, mas de poder absoluto. O corpo esculpido e inexpressivo de Arnold se tornou uma metáfora para a máquina perfeita, sem emoções. Era a masculinidade dos anos 80: rígida, dominante, feita de músculos e silêncios.

Poucos anos depois, Sylvester Stallone reforçaria essa imagem em “Rambo”. O personagem, coberto apenas de suor e cicatrizes, virou símbolo de virilidade e resistência. O corpo de Rambo não era só físico, era político. Representava o homem que carrega traumas, mas não demonstra fraqueza. Nos anos 80, o corpo masculino virou escudo, e o cinema o filmava como uma fortaleza.

Com o passar das décadas, essa visão começou a se transformar. Em “Clube da Luta” (1999), Brad Pitt deu ao corpo masculino um novo significado. Tyler Durden não era uma máquina, mas uma ideia de libertação. O abdômen definido e o sorriso vinham acompanhados de uma excelente atuação. O corpo, ali, era um grito contra o conformismo. Um corpo magro, forte, ferido, mas livre. Pitt redefiniu o que era ser atraente: não só músculos, mas atitude.

Uma das cenas mais comentadas de Crepúsculo: Lua Nova é quando Jacob Black, interpretado por Taylor Lautner, tira a camisa para ajudar Bella após ela se machucar. O gesto simples virou um momento simbólico do cinema adolescente dos anos 2000. Não só pelo apelo físico do ator, mas pelo que representava: a transição do garoto tímido para o homem protetor, desejado e confiante. A cena ajudou a consolidar Lautner como símbolo sexual de uma geração e marcou a virada do corpo masculino como elemento central da narrativa romântica juvenil.

Por outro lado, nos anos 2010 a estética do corpo masculino voltou a cultuar músculos como nunca. “Baywatch”, com Zac Efron e Dwayne “The Rock” Johnson, é um show de corpos sarados e definidos no mais puro sentido da palavra. O filme fala sobre a obsessão contemporânea por aparência e performance, revelando o quanto o corpo ainda é central na cultura pop, mas o destaque fica para o corpo inacreditavelmente gostoso de Zac Efron, eterno protagonista de High School Musical.

Já em “Thor: Ragnarok” (2017), Chris Hemsworth elevou o conceito de corpo divino à escala de meme. Sua cena sem camisa é ao mesmo tempo cômica e sedutora, além de servir para construir o personagem e sua eventual decadência nos próximos filmes. Nas salas de cinema era impossível não escutar gritos de tesão por todos os lados durante essa parte.

No fim, o corpo em cena continua sendo mais do que pele e músculo. Quando utilizado da maneira certa, o corpo masculino transborda sentimentos de desejo, admiração e sedução em diversas camadas, além de ser um deleite para os olhos. Marombas ou “normais”, o que não faltam são exemplos de corpos gostosos para cada gosto na história do cinema.
Por: Rhuan Rodrigues
Estima Notícias! ISSN 2966-4683














