Tudo que venho fazendo nos últimos dias é refletindo o poder que tem a autoestima de uma pessoa. Concluo que a melhor maneira de celebrar alguém que ilumina, alegre fortalece a autoestima dos outros é recebendo sua mensagem, se fortalecendo e alegrando os outros. Empretecer-se!
Segunda-feira não teve “Madonna Day”. Não parecia fazer nenhum sentido diante do que havia acontecido, ao mesmo tempo aqui é o “Estima-Notícias Positivas”. Então levei um tempo para processar, mas eu sempre soube o que eu gostaria de falar: o poder da autoestima de uma pessoa. Quando Giberto Gil foi registrar sua filha, ele sabia que nome a queria dar: Preta. Ao chegar no cartório, conta Gil que o oficial do cartório se recusou a lavrar esse nome: Preta. “Como assim¿ Você não pode botar ‘esse’ nome na sua filha”, teria dito. Sagaz e rápido, Gil driblou mais uma vez a estupidez e a reverteu contra o sujeito. No fim saiu de lá com o documento no qual constava como primeiro nome de uma de suas filhas uma afirmação de orgulho e respeito: “Preta”. Preta Gil!
Passados muitos anos, Preta entraria para o panteão dos Orixás vivos que habitam esse país ao construir sua carreira musical sob um caminho até então pouco explorado oficialmente, não somente no Brasil, mas no mundo todo. Desde o primeiro momento em que começou a cantar sozinha e profissionalmente ela deixou claro que seu público principal estava definidíssimo: os gays. Seu feito atravessaria o país e mudaria até o modo como o Carnaval de rua é feito. O poder da folia
Quando alguém fala algo assim, imediatamente gera um ruído em todo mundo, inclusive no próprio público gay. Nós gays que passamos os últimos dois mil anos demandando direitos básicos, como o de existir, as vezes temos certa dificuldade em receber. E, sim, eu sei que há dois mil anos a identidade gay não existia como a conhecemos. De todo modo, quando ela inicia seu percurso meteórico rumo a fama nacional ela grita bem alto no microfone “não a homofobia”. Em meio a músicas de axé music e sambas seu grito fazia a todos vibrar.

Seu bloco era fervido, ela sabia instalar um clima de pegação e festa. Sempre declarou entre outras coisas, que não tinha pudor algum em fazer um show majoritariamente com músicas de outros artistas. Embora ela mesma tenha grandes sucessos, seu objetivo era levar alegria e autoestima para as pessoas. Disso ela fez sua vocação, sua linha empresarial e marcou esse país como poucas pessoas. Eu que tive o privilégio de acompanhar um pouco de perto alguns grandes momentos de sua atuação rumo a um país onde homens e mulheres dormem, beijam e transam com quem quiserem, pensei em fazer uma retrospectiva de seus feitos. Talvez eu faça. Mas por hora a coisa mais importante que podemos fazer é seguir adiante levando mãos que erguem as cabeças baixas. Infelizmente como eu já disse em um editorial outro dia, vivemos na era do “SEO” e reza a lenda que informações negativas, pessimistas e construídas sobre os pânicos sociais gera maior audiência e engajamento. Por isso lamentavelmente uma pesquisa sobre seu nome e legado vai levar a uma série de notas e matérias horrorosas sobre briga por herança, seu ex-marido e doenças. Eu mesmo não falaria ou escreveria nada, mas não acredito que isso seja bom. Tudo que faz as pessoas mais felizes deve ser lembrado. Assim, creio eu, que passando “fumaça de óleo diesel” logo logo poderemos falar mais alegremente sobre seu impacto positivo na vida de milhões de pessoas!

#Emprete-se #Inspire-se
Estima Notícias – ISSN 2966-4683