Ligar a luz com um simples comando de voz, ter o café pronto antes mesmo de sair da cama, programar a temperatura ideal para cada hora do dia. Com tantas facilidades, é fácil entender por que as casas automatizadas vêm ganhando espaço na rotina de quem busca praticidade. Mas será que tanta comodidade pode acabar deixando nosso cérebro preguiçoso?
Thank you for reading this post, don't forget to subscribe!Esse tipo de tecnologia, cada vez mais presente em apartamentos e residências modernas, promete mais tempo livre, redução de estresse e maior controle sobre o ambiente doméstico. De fato, quando a casa cuida de parte das tarefas por você, sobra mais energia para se dedicar ao trabalho, aos estudos ou ao lazer. Só que essa liberdade também levanta um ponto importante: se tudo é feito por comandos automáticos, onde ficam os estímulos que mantêm o cérebro ativo?

Neurocientistas costumam dizer que o cérebro precisa ser desafiado com frequência para se manter saudável. Pequenas tarefas do dia a dia, como lembrar de apagar as luzes, programar o despertador ou preparar uma refeição simples, são mais importantes do que parecem. Elas exigem atenção, memória e raciocínio, habilidades que vão se enfraquecendo quando deixamos de exercitar.
Isso não quer dizer que morar em uma casa automatizada seja prejudicial por si só. O problema está no excesso de dependência. Quando a tecnologia toma conta de tudo, há o risco de perdermos o hábito de resolver problemas ou de nos organizar sozinhos. Por isso, o segredo está no equilíbrio. É possível aproveitar as vantagens da automação sem abrir mão de uma vida mental ativa. Continuar cozinhando, arrumando a casa, lendo, criando, tomando decisões simples diariamente — tudo isso mantém as engrenagens do cérebro funcionando bem.

Outro aspecto pouco discutido é o lado emocional do convívio com a casa. Um lar totalmente automatizado pode parecer eficiente, mas também corre o risco de se tornar impessoal. A sensação de acolhimento muitas vezes vem de detalhes como objetos afetivos, pequenas reformas feitas à mão ou até aquele ritual de acender uma vela no fim do dia. Participar da rotina doméstica, mesmo que em pequenas coisas, contribui para a sensação de pertencimento e bem-estar.
No fim das contas, casas inteligentes são um avanço que pode, sim, melhorar a qualidade de vida. Mas é importante lembrar que comodidade não substitui envolvimento. O cérebro precisa ser desafiado, estimulado, usado. A tecnologia pode ser uma grande aliada, desde que a gente continue sendo protagonista da própria rotina.
Por: Rhuan Rodrigues
Estima Notícias! ISSN 2966-4683