A moda masculina de alta costura vive um momento de transição. Nas últimas temporadas, o foco deixou de ser apenas o corte impecável do terno clássico e passou a valorizar a liberdade de expressão e a mistura entre o tradicional e o contemporâneo. As passarelas recentes mostraram que o homem atual quer se vestir bem sem se prender a velhos códigos de elegância.
Uma das principais tendências é a reinterpretação da alfaiataria. O terno segue como peça central, mas com proporções diferentes e tecidos menos rígidos. Paletós amplos, calças mais fluidas e sobreposições com camisetas ou regatas mostram que a formalidade pode conviver com o conforto. Marcas como Dior, Prada e Valentino têm explorado essa ideia, apresentando peças que mantêm a precisão do corte, mas com um ar mais natural.

Outro ponto de destaque é a ascensão da moda genderless dentro da alta costura masculina. Saias, blusas transparentes e acessórios delicados aparecem com naturalidade nas coleções, sem que isso soe forçado. A ideia é questionar o que ainda é considerado “masculino” na moda e abrir espaço para novas formas de identidade. Essa flexibilização vem sendo bem recebida, especialmente por um público jovem que busca se expressar de maneira autêntica.
As cores também têm desempenhado um papel importante nessa transformação. O preto e o cinza seguem como bases seguras, mas ganham a companhia de tons mais ousados, como lilás, azul celeste e verde menta. Esses tons quebram a rigidez visual das produções e trazem um frescor inesperado para o universo da alta costura masculina. É um sinal de que o minimalismo ainda tem força, mas não precisa ser sinônimo de monotonia.
Os tecidos naturais estão cada vez mais valorizados. Linho, lã fria e seda voltam a ganhar espaço, reforçando o compromisso das marcas com sustentabilidade e qualidade. A alta costura, que sempre foi associada ao luxo e à exclusividade, agora tenta equilibrar tradição e consciência ambiental. Esse movimento mostra que o luxo moderno não está apenas na aparência, mas também na origem e no processo de criação das peças.

Nos acessórios, a tendência é a sutileza. Bolsas de ombro, cintos finos e sapatos de design simples completam os looks sem roubar a atenção das roupas. O relógio de pulso, que já foi símbolo de status, tem sido substituído por joias discretas e pulseiras artesanais. O homem de alta costura hoje prefere um visual refinado, mas despretensioso, que comunica estilo sem parecer calculado demais.
O que se vê, no fim das contas, é uma moda masculina mais livre e consciente. A alta costura, antes restrita a ocasiões formais e públicos específicos, se abre para novas leituras e novos corpos. O luxo continua presente, mas agora aparece em detalhes sutis, na escolha do tecido, no caimento perfeito e na liberdade de vestir o que se quer. A elegância deixou de ser um uniforme e passou a ser uma forma de expressão.
Por: Rhuan Rodrigues
Estima Notícias! ISSN 2966-4683