Por Danie Vaz
Conto Erótico
Ricardo e sua irmã Patrícia sempre foram muito unidos. Desde criança brincavam e brigavam na mesma intensidade. Nas desavenças ou na harmonia estavam os dois sempre juntos. Hora um defendendo o outro em brigas na escola, hora um xingando o outro por pegar algo sem pedir. Esse era o maior motivo de arranca-rabo entre eles, Ricardo e Patrícia odiavam dividir. De uma simples barra de chocolate ao quarto que dormiam, tudo que tinham que dividir virava combustível para os recorrentes conflitos. Um dia Patrícia chegou com uma cesta de café da manhã que ganhou numa rifa. Entrou em casa pé ante pé, num silêncio sepulcral. Abriu a dispensa e com todo cuidado escondeu a cesta atrás de algumas garrafas que lá estavam. Foi tomar banho e dormir um pouco, pois tinha acordado muito cedo. Ricardo, que naquele dia não chegaria cedo do colégio, matou o último tempo de aula e foi pra casa. Tomou banho, trocou de roupa e foi até a geladeira. Viu que o refrigerante tinha acabado e foi até a dispensa. Retirou uma garrafa, mas percebeu que tinha algo atrás. Curioso, afastou outras garrafas e achou a tal cesta. Pronto, a terceira guerra mundial estava prestes a começar. Patrícia acordou e sentiu fome, foi até a cozinha e lá estava Ricardo. A mesa com alguns pacotes de biscoitos abertos, um bolo cortado, suco tomado e a boca suja de chocolate. Patrícia revoltada saiu gritando pela casa, jogando copos e pratos no chão. Dona Sônia, mãe dos dois, ficou desesperada tentando entender o que estava acontecendo. Uma confusão que chamou atenção até dos vizinhos. Numa outra vez foi Patrícia que aprontou com Ricardo. Ele estava animado para ir numa chopada da faculdade e tinha separado uma jaqueta super fashion que comprou parcelada só pra ir nesse evento. Roupa separada, tênis limpo, cordão brilhando e a jaqueta pendurada no cabide esperando para ser usada pela primeira vez. Ricardo entra no banheiro pra fazer a barba e assim que fecha a porta sua, irmã entra sorrateira, pega a jaqueta e desce as escadas. Sua mãe pergunta “Vai aonde com a jaqueta do seu irmão, Paty?”, ela diz “Ele pediu pra levar comigo, já que vou de carro com o Mauro (o namorado) pra festa da faculdade. Ele tá com medo de sujar, mãe.”. Patrícia joga a bomba e sai rapidamente. Quando Ricardo percebe que sua jaqueta não está lá, sai correndo atrás da irmã como um furacão pela rua. Percebendo que não tem como alcançá-la e não chegará na chopada com a jaqueta, abre o armário de Patrícia e sai rasgando seus vestidos. Essa briga acabou por um tempo com a harmonia da casa. Só não aconteceu coisa pior por causa da dona Sônia. Um tempo depois a paz voltou a reinar e os irmãos prometeram nunca mais pegar nada um do outro. Ricardo se formou em gastronomia e Patrícia em veterinária. Dona Sônia estava feliz e orgulhosa dos filhos. Ricardo revelou ser gay para a irmã e os dois ficaram muito mais unidos, viraram cúmplices. Anos depois, Patrícia já com sua clínica veterinária conhece Pedro, que leva seu cachorro pra tosar. Eles conversam, pinta um clima e a partir desse momento começam a se relacionar. Logo vira um namoro sério e chega a hora de apresentar à família. Dona Sônia e Ricardo ficam muito animados para conhecer o novo namorado de Patrícia. Ricardo fica encarregado de fazer um belo jantar. Mesa bem posta, comida de primeira, vinho do bom e uma decoração super caprichada. Tudo pronto para a chegada de Pedro. Patrícia evitou tirar fotos até apresentar Pedro pessoalmente, então ninguém sabia como ele era, somente que o apelidinho carinhoso que Patrícia criou era “Meu GG”. E assim que a campainha tocou e a porta se abriu deu pra entender o porquê do apelido.
Pedro era um homem de 2 metros de altura, um verdadeiro jogador de basquete, mesmo sendo um vendedor de carros e não tendo habilidade com esportes. Quem abriu a porta foi Ricardo e assim que olhou Pedro, Ricardo sentiu seu coração disparar. Seu estômago parecia um campo lotado de borboletas e seu pau latejava no compasso do seu coração. Pedro deu boa noite e estendeu a mão para Ricardo. Ricardo meio sem graça apertou sua mão, mas não parava de olhar nos seus olhos. Por alguns segundos Ricardo apertou a mão de pedro e parecia que não iria largar. Patrícia aparece atrás e diz “Meu GG, seja bem-vindo. Esse é meu irmão Ricardo e essa minha mãe, Sônia.”. Ricardo acorda de um transe e larga a mão de Pedro. Pedro entra, Ricardo fecha a porta e diz que precisa ver se tá tudo ok na cozinha. Durante o jantar tudo flui muito bem e, apesar da cara de abobado de Ricardo, ninguém percebe a sua dificuldade de não olhar para Pedro com olhar de desejo. Pedro era o que algumas pessoas chamam de “o número “ de Ricardo. Ou seja, era exatamente o tipo de homem que Ricardo gostava. Mas era o namorado da sua irmã e isso não parecia certo. Passado o jantar, Pedro passou a frequentar mais a casa. Alguns dias para jogar cartas, outros para assistir filmes e até mesmo para dormir no com Patrícia, que a essa altura do campeonato já tinha seu próprio quarto. Patrícia e Ricardo decidiram continuar morando com a mãe após descobrirem que dona Sônia tinha uma doença rara e necessitava de cuidados. Dividir as responsabilidades da casa não era um problema, mas dividir o namorado sim, isso seria um enorme problema. Ricardo não parou de pensar em Pedro desde o primeiro olhar. E cada vez que Pedro aparecia o desejo só aumentava. Ricardo começou a sonhar com Pedro. Sonhos quentes. Num deles Pedro aparecia na cozinha enquanto Ricardo fazia o jantar e dizia olhando nos seus olhos “Chupa meu pau”. Num outro sonho Pedro estava dormindo e Ricardo tirava seu short e começava a tocar uma punheta pra ele. Ricardo acordava todo dia babado e isso estava deixando ele louco. Mesmo assim, até então nada tinha acontecido e em nenhum momento Pedro tinha mostrado ter interesse. Ele parecia na verdade bem tranquilo com sua sexualidade, parecia gostar mesmo de mulheres e isso fez Ricardo evitar ficar em casa quando Pedro aparecia.
Ricardo começou a ir para boates gays nas noites que Pedro ia visitar Patrícia e a família começou a estranhar. Enquanto Sônia e Patrícia conversavam sobre a ausência de Ricardo, Ricardo beijava bocas na boate pensando em Pedro. Ricardo via Pedro em cada cara que beijava. Isso estava virando uma obsessão, mas ele não queria e não podia dar vazão a seu desejo. Uma certa noite, Ricardo ficou sozinho em casa, dona Sônia estava viajando para Aparecida com Patrícia e ele não quis ir. Estava um dia chuvoso e Ricardo resolveu não sair de casa. A chuva começou a aumentar muito e Ricardo ouviu a campainha. “Meu Deus, quem será essa hora nessa chuva?”, indagou. Quando Ricardo abriu a porta Pedro, ensopado, apareceu. “Desculpa, Ricardo. Eu estava próximo e não tinha outro lugar pra ir, posso entrar?”. Ricardo nervoso e excitado diz que sim e Pedro entra. “Vou pegar uma toalha e uma roupa pra você.” diz Ricardo. Pega a toalha, a roupa e diz para Pedro se trocar no banheiro. “Ai, meu Deus, o que eu faço agora? Não acredito que ele tá aqui. Essa chuva não vai parar tão cedo. Isso é muita maldade. Esse filho da puta foi aparecer. Que tentação do caralho!” Ricardo fala baixinho pra si, andando de um lado pro outro. Pedro reaparece e diz que não quer incomodar. Ricardo oferece algo de comer e pensa “Se quiser tem eu também, pode me comer”. Pedro aceita um sanduíche e Ricardo vai pra cozinha. Pedro aparece de repente e começa um diálogo:
Pedro- Ricardo, nunca conversamos muito. Quase não te vejo mais.
Ricardo- É que tenho estado muito ocupado, você quer mostarda?
Pedro- Pode pôr tudo.
Ricardo- Pode? Ah, então…é… eu tô fazendo uns cursos. Umas especializações, sabe?
Pedro- Ah, que legal! Gosto de pessoas estudiosas, sua irmã também é muito inteligente.
Ricardo- Sim, tem suco, quer?
Pedro- Sim, obrigado! Você namora?
Ricardo- Quê? Eu… é… nada sério. Tenho uns contatinhos
Pedro- Hum, você curte algo mais desapegado. Eu era assim até conhecer sua irmã. Ela mudou meu mundo. Você é gay, né? Nada contra, tá?
Ricardo- Eu, so.. sou…é, pois é. Sou sim, sou bem gay, sou muito…é, bem gay mesmo.
Pedro rindo- Você é muito engraçado! Posso comer?
Ricardo- Oi?
Pedro- Tá pronto o sanduba? Já posso botar pra dentro?
Ricardo- Ah, claro! Come aí. Quer mais alguma coisa?
Pedro- De boa, por enquanto não. Mas fala mais. Tu já pegou mulher?
Ricardo- Eu não. Eu gosto só de homem. Nada contra quem gosta de mulher. Não é minha praia, mas respeito…
Pedro- Cara, relaxa. Eu respeito você ser gay também. Na verdade, se eu te falar uma parada tu promete só ficar entre nós?
Ricardo com o coração disparado- Prometo, o que é?
Um trovão forte, Pedro levanta da cadeira, deixa o sanduíche em cima da mesa, chega perto de Ricardo e fala bem baixinho “Eu pego homem também. Bem de vez em quando. Aliás, não ultimamente, desde que comecei a me relacionar com sua irmã. Mas eu gosto também de um h versos h. Compreende?”
Ricardo, mais barulhento que o trovão, solta um “O quê? Sério?”
Pedro diz que sim e que não foi uma única vez.
Ricardo- Eu nunca pensei, você é tão heteronormativo.
Pedro- Tô falando isso com você porque você me traz confiança. Tenho certeza que não vai falar pra ninguém, nem pra sua irmã. Não é verdade?
Ricardo- Eu não vou não, prometo. Pode confiar.
Pedro- Inclusive, já que tô me abrindo pra você, eu tô com saudades de comer um cu. Confesso! Tua irmã não curte não. E eu sou viciado, meu parceiro. Não vou negar. Eu gosto muito. E eu como com prazer, gosto de brincar com um cu. Chupar bastante e depois botar com vontade. Sabe? Tu deve saber bem. Tu dá ou come?
Ricardo- Ah, eu faço de tudo. Se querem me dar eu como, se querem me comer eu dou. Sou pau pra toda obra.
Pedro pega o sanduíche e continua a comer. Termina de comer, bebe o suco, termina de beber e pergunta se tem cerveja. Ricardo pega uma na geladeira, Pedro toma e faz uma pergunta “Tu aguenta rola grande?”.
Ricardo, confuso, excitado, nervoso e sem saber o que fazer diz “Até mais de uma”. Pedro levanta e fala no ouvido de Ricardo “Se ficar entre a gente eu posso te enrabar, topa?
Continua…