Durante muito tempo, o cinema sempre recorria a único molde de masculinidade: branco, hétero, forte, silencioso. Os heróis, os líderes, os salvadores, quase todos colocados sob uma mesma perspectiva. Mas esse cenário, por muito tempo restritivo e excludente, tem começado a se transformar. Hoje, a diversidade masculina ganha espaço nas telas, revelando rostos, histórias e experiências que antes eram ignoradas ou silenciadas.
Thank you for reading this post, don't forget to subscribe!A presença de homens negros (e outras minorias relevantes) em papéis significativos no cinema é mais do que uma tendência: é uma resposta necessária a décadas de exclusão. De “Pantera Negra (2018)”, com Chadwick Boseman liderando um império afrofuturista, até o delicado “Me Chame Pelo Seu Nome (2017)”, que abriu espaço para o afeto masculino entre homens em tela, o cinema tem ensaiado novas formas de mostrar o que é ser homem.
O público se cansou e não quer mais ver sempre o mesmo rosto contando sempre a mesma história. Existe uma sede por narrativas que reflitam o mundo real, que é diverso, complexo e cheio de nuances. Essa diversidade não é apenas étnica ou sexual, ela também é emocional. Homens que choram, que cuidam, que vacilam, que se redescobrem. O cinema contemporâneo tem derrubado a ideia de que vulnerabilidade é fraqueza e ampliado o leque de representações masculinas.

No Brasil, produções como “Marte Um (2022)”, de Gabriel Martins, mostram o cotidiano de uma família negra da periferia, incluindo um adolescente sonhador e gay, de forma sensível e realista. Já o filme “Uýra – A Retomada da Floresta (2022)” coloca em foco a figura de um artista indígena trans que ressignifica o corpo e o território através da arte.
Cada vez mais a indústria cinematográfica amplia seu espectro de homes realizadores, assim temos hoje uma quantidade mais equânime de diretores, roteiristas e produtores brancos, negros, bissexuais e heterossexuais. Isso tem permitido que mais e poderosas histórias inspirem mais e mais pessoas.

Além disso, a representatividade precisa fugir do estereótipo. Homens LGBT não são apenas personagens cômicos. Homens negros não são apenas violentos ou marginalizados. Homens asiáticos não são apenas gênios introspectivos. A desconstrução acontece quando esses personagens ganham profundidade, humanidade e pluralidade.
A presença de homens dos mais diversos biótipos e performances nas telonas tem um impacto real na sociedade. Ela redefine o que é ser homem, desafia padrões rígidos e oferece espelhos para quem passou a vida se vendo apenas como pano de fundo. Esse poderoso movimento é uma revolução estética, emocional, cultural e sexual. É sempre bom lembrar que esses pontos podem contribuir e fortalecer a sociedade em amplos e diversos aspetos.
Por Rhuan Rodrigues
Estima Notícias! ISSN 2966-4683